Escola Bíblica: Um novo começo

“O Senhor é longânimo e grande em misericórdia, que perdoa a iniquidade e a transgressão, ainda que não inocenta o culpado”. Números 14:18a.

ESCOLA BÍBLICA
1ª Lição
Referência Bíblica: Nm. 1 a 6

Começaremos a Escola Bíblica de 2014 da IEQ Vila Caiuba estudando o livro de Números. Neste registro, vemos o motivo de Israel não ter entrado na terra prometida depois de partir do monte Sinai. O livro nos mostra a fé que Deus requer do seu povo, os Seus castigos e juízos contra a rebelião e o cumprimento progressivo do Seu propósito.

Nos deparamos nessa fase com um povo que já conhece o poder de Deus, que vivenciou diversos milagres, mas que passa por um período no deserto, enfrentando muitas provações. Acredito que nossa igreja tem muito a aprender com essa história, pois somos todos servos do Senhor Deus, testemunhamos seus milagres em nossas histórias de maneira particular, entretanto, às vezes, nos deparamos com a incredulidade e a falta de esperança quando somos provados. Aprenderemos, portanto, a andar com Deus, independente da situação em que vivemos, prosseguindo para o alvo: a vida eterna ao lado de Jesus!

Discutiremos nessa primeira aula o tema “Propósito”, buscando entender, de maneira prática, qual o projeto de Deus para cada um de nós e aprendendo a permanecer firmes na fé, independente dos obstáculos.

Números: Introdução 

O nome do quarto livro do Pentateuco vem do hebraico Bemidbar, que significa “deserto”. O nome foi traduzido pela Septuaginta (tradução da Bíblia do hebraico para o grego) como arithmoi e, por sua vez, foi traduzida para o latim como numeri (versão da Vulgata), cujos termos significam “recenseamentos” ou “contagens”.

A razão do nome é simples: há muitas contagens e listas nesse livro, sendo duas as mais relevantes. A primeira contagem foi feita logo antes da saída do povo do Sinai, no segundo ano após a nação ter deixado o Egito (Nm. 1 a 4). A segunda contagem foi feita 38 anos depois da primeira, quando a nova geração de israelitas estava a ponto de entrar em Canaã (Nm. 26).

O propósito desse censo era militar, por isso, vemos serem contadas apenas as pessoas do sexo masculino, fisicamente capazes, acima de 20 anos, com exceção dos levitas. Números é a continuação da história relatada no livro de Êxodo. Depois de uma estadia de, aproximadamente, um ano no monte Sinai, os israelitas se preparavam para continuar sua viagem à terra que Deus lhe prometera como descendentes de Abraão, Isaque e Jacó.

Pouco antes de partirem do monte Sinai, Deus mandou Moisés numerar todos os homens de guerra. Dezenove dias depois, a nação partiu de lá, numa curta viagem para CadesBarnéia, quando vemos o registro da grave rebelião de Israel e seus 39 anos subsequentes de julgamento no deserto.

A autoria do livro é atribuída, historicamente, a Moisés pelo Pentateuco judaico e o samaritano, pela tradição judaica, por Jesus e pelos escritores do Novo Testamento, pelos estudiosos conservadores contemporâneos e pelas evidências internas do próprio livro.Moisés escreveu um diário durante as peregrinações no deserto e, mais tarde, dispôs o conteúdo em forma narrativa, pouco antes de sua morte (1405 a.C.). A prática de Moisés referir-se a si mesmo na terceira pessoa era comum nos escritos antigos.

Quem eram as doze tribos de Israel 

Isaque, filho de Abraão com Sara, recebe como esposa Rebeca, que morava na região de Harã. Deste casamento nascem dois filhos: Esaú (que dá origem aos Edomitas) e Jacó (que Deus mudou o nome para Israel).

Jacó teve duas esposas Lia (que tinha uma serva chamada Zilpa) e Raquel (que também tinha uma serva chamada Bila). Jacó tem filhos com as quatro mulheres. Lia gerou Rubem, Simão, Judá, Issacar, Zebulom e Diná. Raquel teve José e Benjamim. Zilpa teve Gade e Aser. E Bila teve Dã e Naftali. Deus escolhe todos os 12 filhos de Jacó para formar a nação de Israel.

O censo e a organização das tribos 

O povo foi recenseado para passar por um treinamento e assim serem aprimorados para as guerras e a conquista de Canaã. Existia também a necessidade de organizar as famílias para a repartição das terras. Após a contagem, cada tribo recebeu a designação de um lugar em redor da tenda da congregação onde deveriam permanecer (Nm. 2:1-2). Depois deste censo foram encontrados 603.500 homens aptos para guerrear.

Tribo	Censo	Referência	Estandarte	Sobre
Rúben	46.500	1:20-21		o primogênito dos 12 filhos de Jacó, neto de Isaac. Sua mãe era a esposa menos favorecida de Jacó, Lia, que chamou o menino de Rubem porque, segundo ela mesma disse, “Jeová tem olhado para a minha miséria, sendo que agora meu esposo começará a amar-me”. (Gên 29:30-32; 35:23; 46:8; Êx 1:1, 2; 1Cr 2:1).
Simeão	59.300	1:22-23		Significa “Ouvindo ou Audição”. Segundo filho de Jacó e Lia (Gn 29:33). A incrustação de Simeão, dentro do território de Judá, significou que as duas tribos foram-se misturando cada vez mais, e que Judá tornou-se a tribo predominante dentre as duas (Jz 1:3).
Gade	45.650	1:24-25		Sétimo filho que Jacó teve de Zilpa, a serva de Leia e irmão de Aser (Gn 30:11-13 e Gn 46:16,18).
Judá	74.600	1:26-27		Significa “Desta vez louvarei ao Eterno Elohim”. Judá foi o nome do quarto filho do patriarca Jacó, nascido de Lia. Em Gn 29:35, Jacó libera sobre seu filho bênçãos de: liderança, vitória e reinado.
Issacar	54.400	1:28-29		Significa “HaShem me recompensou”. Quinto filho de Jacó e Lia. Ia com Judá e Zebulom à frente das tribos.
Zebulom	57.400	1:30-31		Significa “honra” e “HaShem me concedeu excelente dote.” Nome do sexto filho de Lia e décimo filho de Jacó.
Efraim	40.500	1:32-33		Significa “FRUTO DUPLO”. Juntamente com a Tribo de Manassés, formou a Casa de José. Em seu auge, o território ocupado pela tribo estava no centro de Canaã.
Manassés	32.200	1:34-35		Significa “Que faz esquecer”. Era o filho primogênito, mas foi preterido por Jacó o qual deu a benção da primogenitura a Efraim seu irmão.
Benjamim	35.400	1:36-37		Significa “Filho da mão direita”. Deus ouviu o pedido de Raquel e lhe concedeu outro filho. A tribo era afamada por seus valentes soldados.
Dã	62.700	1:38-39		Significa “Meu Pai [Adonai] é juiz”. Filho de Jacó e de Bila, sua concubina (Gn 30:4).
Aser	41.500	1:40-41		Significa O sentido é “Abençoar!”, “É a minha Felicidade”. Filho de Jacó com Zilpa, ama de Lia (Gn 30:13)
Naftali	53.400	1:42-43		Significa “Minha Luta”. Foi o sexto filho de Jacó e o segundo de Bila, criada de Raquel. Era irmão de Dã.

O acampamento das tribos de Israel no deserto 

As doze tribos de Israel eram divididas em quatro grupos e tinham sua posição específica em relação ao Tabernáculo. No leste, foram colocadas as tribos de Judá, Issacar e Zebulom (186.000 soldados); No sul, encontramos as tribos de Rúben, Simeão e Gade (151.450 soldados); No oeste, estavam as tribos de Efraim, Manassés e Benjamim (108.100 soldados); e, no norte, temos as tribos de Dã, Aser e Naftali (157.600 soldados).

Elas se posicionavam em quatro grandes blocos, sendo que, cada um era composto por três tribos, sendo uma a líder. A marcha acontecia da seguinte maneira: metade das tribos (grupos leste e sul) marchava à frente do Tabernáculo e dos levitas; a outra metade (grupos oeste e norte) marchava atrás. As tribos foram organizadas e deveriam permanecer em seus postos independente de estarem acampados ou em marcha (Nm. 2:1-2).

Os levitas foram deixados de fora da contagem, pois compunham uma tribo sacerdotal. Sua responsabilidade era zelar pela adoração a Deus e não se envolver em guerras e pelejas. Por outro lado, os levitas deveriam cuidar do desmonte, do transporte e da montagem do Tabernáculo. Deus estabeleceu que os Gersonitas, os Meraritas e os Coatitas auxiliariam nas atividades. O censo dos levitas também foi feito tomando como ponto de partida as crianças do sexo masculino a partir de um mês de idade e todos os homens entre trinta e cinqüenta anos, que deveriam cuidar do Tabernáculo e ministrar sob a direção dos sacerdotes.

FAMÍLIA	CRIANÇAS (1 mês para cima)	HOMENS (30-50 anos)	POSIÇÃO	DESCRIÇÃO
Gersonitas	7.500	2.630	Oeste	Cuidava da tenda, das cortinas e das cobertas – os artigos leves do Tabernáculo.
Coatitas	8.600	2.750	Sul	Cuidava dos objetos sagrados relacionados à adoração: a arca, a mesa, o castiçal, os altares, os utensílios, o véu e todo o serviço. Esta família estava sob a supervisão direta do sacerdote Eleazar.
Meraritas	6.200	3.200	Norte	Cuidava das peças pesadas e incômodas do Tabernáculo: as Tábuas, os Varais, as Colunas, as Bases e os artigos pesados de estrutura.
Moisés e Arão	-	-	Leste
TOTAL	22.300	8.580

A santificação do povo 

Com as tribos organizadas, Deus fala sobre a importância de afastar do acampamento todo o impuro. O povo precisava aprender que nada que impeça a adoração ou serviço deve existir onde Deus habita. As leis englobavam a higiene, a honestidade e a moralidade (Nm. 5:2-3).

Preparando-se para a caminhada 

A maneira como foi realizado o censo, com a listagem de todos os homens pelo nome, mostra a importância de cada pessoa para Deus. Ele nos conhece pelo nome e deseja que estejamos alistados no exército do Seu Reino para proclamar o Evangelho. Ela também mostra a participação desses homens, que trabalhavam em unidade de propósito, de maneira unificada e organizada. Além da organização, Deus queria ver em Seu povo atitudes de fé e obediência.

Todos nós temos uma responsabilidade no Reino de Deus e devemos nos concentrar nela ao invés de ficar tentando ocupar um espaço que foi reservado para outra pessoa. Deus espera que avancemos para uma vida de vitória em Cristo e esta jornada requer abandono de todo o embaraço e pecado, e que o cristão permaneça perseverante, sem vacilar, independente dos obstáculos, com os olhos fixos em Jesus.